Uma nova fuga

A leve garoa que nos acompanhava desde mais cedo agora havia se tornado uma chuva intensa, todo o grupo havia se abrigado num casebre que encontramos no meio do parque por onde passávamos.

O caminho parecia perigoso e era inconseqüente seguir, mas todos acreditavam ser o certo, o principal motivo é que Rolf também conheceu Marco, e acreditava na existência dessa jangada, e esse era o caminho mais rápido já que não tínhamos muita bagagem, passaríamos por uma mata fechada até a o rio.

Decidimos passar a noite no casebre. Infelizmente Rolf e eu vimos um grupo daqueles rapazes de toucas verdes e braçadeiras vermelhas, eu comentei:

“São os malfeitores, não é?”

“O que eles arrancaram de você?” ele comentou sério.

“Não, nada, foi o que Marco me disse.”

“Não deve acreditar na opinião dos outros, ou vai acabar como eles. Você tem que ter suas próprias idéias nesse mundo. Eles acertaram uma punhalada num rapaz que eu acabei de conhecer e bem na minha frente.”

“Mataram ele?”

“Não, amarraram ele e jogaram numa Kombi.”

Isso me lembrou o soldado que os acompanhava. A noite foi longa, muitos mortos passaram pelo lado de fora, o que fazia minha cabeça rodar, como levaria Lucy para fora daquele lugar.

Quando amanheceu, eu havia dormido muito pouco, e Rolf estava em pé na porta com uma arma que eu não sabia o que era. Ele falou bem alto:

“Pega a porcaria da sua escopeta e me ajuda a acabar com alguns desses!”

“Não tenho balas!” disse assustado ouvindo alguns daqueles mortos batendo na porta.

“Então ajuda o resto a subir para o telhado e sai daqui!”

Havia um buraco no teto, e Mika esta segurando uma prateleira para os outros subirem, Lucy já estava lá em cima apavorada, ajudei Mika a subir e escalei a prateleira com minha arma nas costas.

Eu notei que haviam cinco deles do lado de fora, se lançando furiosos contra a porta. A porta cedeu rapidamente, ao mesmo tempo que Rolf subia pelo buraco no teto.

Os cinco entraram na casa e vagavam pelo espaço apertado do cômodo desorientados, aproveitando o momento todos pulamos da casa e corremos pelo bosque. Entramos no bosque e corremos desesperados. Parte do grupo se separou, ficamos eu, Lucy, Mika e duas pessoas que eu sequer conhecia, Alguns mortos continuavam se aproximado de nós, quando eu acreditei que realmente íamos morrer, e Lucy começou a ficar ofegante novamente, um tiro de escopeta acertou um dos mortos que caiu imóvel no chão. Alguém os derrubou, deveria estar agradecido, mas não sei quem fez essa proeza, eu poderia ser o próximo.

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